terça-feira, 24 de setembro de 2013

A COBRA DE OLHO DE PRATO DA PRAIA DA BALEIA




Em noite de lua cheia, na famosa praia da Baleia, os moradores costumam fechar as janelas com medo de relembrar a lenda da Cobra de Olho Grande, do tamanho de um prato. Eles contam que, num tempo de formação da cidade de Itapipoca, surgiram os rumores sobre esta lenda que perdura até os dias de hoje. Conta-se que, no começo dos tempos, essa cobra habitava as profundezas do mar. Quando sentia fome, sai e engolia bois, cabras e gente.
Certo dia, essa cobra engoliu um padre franciscano e, de imediato, o seu olho cresceu. A partir daí, o monstro engolidor passou a visar os religiosos de Itapipoca. Dizem que comeu sete padres, mastigou doze pastores, engoliu três pais de santo, sem falar em um rabino, dois monges budistas, uma Kombi cheia de seminaristas e 44 freiras. O olho só crescia, crescia, crescia...
   Não demorou muito para que a cidade ficasse em polvorosa. Afinal, nenhum religioso queria mais ficar por aqui. Então, um sábio índio desceu da serra e disse que todos os religiosos deveriam deixar as diferenças de lado e oferecer uma grande festa para acalmar a cobra de olho de prato. Cada um deveria levar oferendas para a Praia da Baleia na primeira noite de lua cheia do ano. Os católicos levaram seus terços, os evangélicos, os salmos e o povo das religiões afros, os atabaques.
A cobra saiu do mar, viu tanto sincretismo que o olho aumentou tanto que ela perdeu a vontade de comer os homens de fé.
A história está contada cabe você acreditar e caso queira comprovar, convidado estar para a nossa praia visitar. A cobra do olho de prato continua de arrepiar. Todos os moradores não desejam encontrar. Dizem que é enorme e que precisa se alimentar para as pessoas devorar. Essa é uma lenda que acabamos de contar e da Praia da Baleia onde ela estar;      

Texto colaborativo de:
Erlane Dantas
Cássia Matias
Emanuelle Irineu
Dalvanice de Sousa
Evaneide Ferreira
Adriana Cosma
Danielle do Nascimento
Vaneila Ramos
Evaneida Muniz
Oficina de Escrita Criativa, 24 de setembro de 2013, Itapipoca

O VAQUEIRO MOTOQUEIRO FANTASMA




Há muitos anos, no sertão de Itapipoca, vivia um vaqueiro às margens da Lagoa do Juá. Todos os dias, ao nascer do sol, ele levava a sua boiada e, ao pôr do sol, regressava com o gado para juntar-se à sua família. Um dia, como todos os outros, o vaqueiro, após dar um beijo nos filhos e na mulher, seguiu o caminho tranquilo, cantando e aboiando:
É GADO BOI, É GADO...
No retorno da boiada, parou na Lagoa do Juá para o cavalo e o rebanho matarem a sede numa cocheira que construiu com as próprias mãos. Quando se preparava para seguir calmamente para a casa, viu que as cabeças se debatiam ao chão. O homem correu desesperado, mas era tarde. Todos estavam mortos. Até o cavalo Joiado se foi. O vaqueiro ficou inconsolável e, quando ainda gritava de dor, viu de longe o fazendeiro concorrente fugir com seus capangas pelas matas. Não havia dúvida. O cabra envenenou a água.
Revoltado, ele jurou vingança. Voltou pra casa, tirou uma moto velha do quintal, que recebeu como pagamento de uma dívida. E mesmo sem saber dirigir arrancou a moto invadindo o pasto do fazendeiro que envenenou seu rebanho. Na tentativa de manter o gado no pasto, o homem que causou a desgraça do vaqueiro motoqueiro acabou sendo pisoteado e morto pelo rebanho em fuga. Ao sair dali, às gargalhadas, o vaqueiro motoqueiro se distraiu e bateu de frente a uma árvore enorme. Morreu com o gosto de vingança à boca. De tempos em tempos, dizem que ele invade o pasto com sua moto e acaba com o sossego dos fazendeiros. Assombra a todos com seu aboio triste e pilotando a sua moto envenenada. Para afastá-lo, os moradores locais apelam para uma oração: Santo Antonio pequenino, amansador de burro brabo, afastai a assombração do Vaqueiro Motoqueiro Fantasma para que eu possa viver sossegado. É assim até hoje
Texto colaborativo de:
Adson Soares Benevides
Janaina Aline Alves
Vilamar Farias
Bruno Cândido
Edinardo Alves
Maria Alexandra
Robson Oliveira
Rodrigo Souza
Laégina de Souza Andrade

Oficina de Escrita Criativa,  24 de setembro de 2013, Itapipoca

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