segunda-feira, 26 de agosto de 2013

SENSAÇÕES



Por Marystela Ramos



Vendar os olhos,

Que sensações nos dá,

A princípio medo,

 Logo após

Um sentimento de segurança

Vai tomando conta do nosso ser.

Ouvir... Sentir... Perceber...

O gorjeio dos pássaros,

A brisa que toca nosso corpo,

Nosso cabelo,

A voz do guia...

Indicando-nos o caminho,

Protegendo-nos e cuidando

 Para que não venhamo-nos a nos machucar!

Entretanto, OBRIGADO MEU DEUS!

Porque posso enxergar!...

Sentir!... Pular!... Viver!... Brincar!...



Canavieiras-BA, 19/08/2013
Texto produzido na oficina de escrita criativa


O OLHO DO CACAU



     Marystela Ramos

 Salustiana colocou os filhos para dormirem, arrumou a cozinha, tomou banho e foi deitar para descansar, enquanto aguardava seu marido retornar do trabalho. Já passava das 18h e, por estar muito cansada, acabou adormecendo, quando de repente acordou ouvindo um barulho estranho, ao redor da casa, como se fosse uma pessoa andando com as botas cheias de água. Levantou-se e foi verificar se era seu marido que havia chegado. Abriu a porta, mas para sua surpresa não havia ninguém, resolveu chamar por ele na esperança de encontrá-lo e nada...
     Já passava das 20h, como Josué não aparecera Salustiana chamou seu filho mais velho e contou-lhe o ocorrido. Logo em seguida, voltaram a ouvir o estranho barulho ao redor da casa. Resolveram sair para ver o que estava acontecendo, quando de repente o inesperado aconteceu: viram nas imediações do cacau uma luz estranha, firmaram o olhar e não acreditaram no que viram, seguiram em linha reta atraídos por aquela estranha visão, tentando compreender que “OLHO” enorme era aquele, no interior do cacau? Por que estaria aparecendo para eles? O que significava? Continuaram caminhando em linha reta, mas ao se aproximarem daquele “OLHO”, ele desaparecia...
     Ao chegar em casa, Josué encontra sua esposa e filhos apavorados, interroga-lhes e toma conhecimento do que havia acontecido durante a sua ausência, por várias vezes, dia após dia, sempre ao anoitecer. Seu Josué resolve então, chamar seu filho mais novo e pedir a ele para trazer o Diácomo, em Canavieiras, para fazer uma oração na fazenda.
    No dia combinado a oração foi feita e, a partir daí a paz voltou ao lar de dona Salustiana e de seu Josué.
   
Canavieiras-BA, 22/08/2013.

Texto produzido na oficina de escrita criativa

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Oficina de Escrita Criativa em Canavieiras









A chegada da Caravana

Débora Teles

A Caravana trouxe as chuvas às ruas
Chuvas de letras, de canto
Danças das letras nas chuvas
A Caravana trouxe o abraço
O traçar dos passos de um nobre formar
Forma de saber brincar com a sorte
A sorte de se puder criar
A Caravana trouxe o enlace
O enlance que não parte se não puder viajar
A Caravana trouxe a água
A água da cultura
Que ainda a essa altura
Oferece arte em cálice
Venhar beber alegrias
Venha criar melodias
Venha beber desse cálice
Crie 
Não se cale

Canavieiras, 21 de agosto de 2013

terça-feira, 20 de agosto de 2013

As Marisqueiras de Canavieiras

Na cidade de Canavieiras, localizada ao Sul da Bahia, onde o cacau valia ouro e o pescado dava em abundância, conta-se uma história de assombro, daquelas de arrepiar a espinha.

Ali, viviam duas irmãs marisqueiras que, apesar de muito parecidas, não eram gêmeas. A mais velha, Valentina, namorava um belo pescador, muito conhecido do povo canavierense. Num mês de agosto, a irmã mais nova, Valéria, inicia, às escondidas, um romance com o namorado de Valentina. 

O segredo duraria pouco. Valentina descobre a dupla traição e decide se vingar da irmã. Fingindo não saber de nada, ela convida Valéria para passear no barco do amado. As duas partem para alto-mar. Lá, toda a verdade vem à tona. As duas se desentendem sem perceber que, uma forte tempestade se forma, e o barco é atingido por uma enorme onda.

As duas se agarram e, antes de morrerem afogadas, decidem que voltarão a Canavieiras para atormentar a vida dos pescadores da cidade.

Desde então, toda noite de lua cheia e maré alta, as irmãs marisqueiras sobem ao caís da cidade. Em noite de luar, surgem envoltas em um pano branco. Elas aparecem lindas e deslumbrantes para iludir a todos os homens que surgem à frente. Dizem que elas servem vinho à beira-mar. O homem que prova da bebida dos deuses fica enfeitiçado e lança-se ao mar para conhecer a morte.

Nas noites de tempestades, essas duas visões de mulheres belas e deslumbrantes somem do caís. Mas a cidade toda ouve um som de toc-toc-toc. 

"Que barulho é esse?", pergunta-se assustada a população. 

Ninguém sabia ao certo explicar.

Num dia, um corajoso e velho pescador segue pelo caís para descobrir o segredo. As Irmãs Marisqueiras ficam ouriçadas com sua presença, oferecem o vinho e ele finge beber. Antes de cair no mar, descobre o segredo. O toc-toc-toc eram elas quebrando os mariscos para que ninguém catasse mais. 

 Ele se aproxima e pede desculpas a elas. 

"Vocês não me reconhecem", diz o homem.

Elas o olham buscando a resposta.

"Sou eu o pescador que causou as suas desgraças"

Elas se espantam.

"Me perdoem. Eu errei, me perdoem"

O homem chora e as Irmãs Marisqueiras se abraçam. Deixam na praia um enorme prato de oferendas cheios de mariscos. As duas dão a mão ao velho e corajoso senhor. Os três seguem para o mar e nunca mais são vistos.

O encanto acabou-se e a abundância voltou a Canavieiras. Nunca mais se ouviu o toc-toc-toc e os mariscos se multiplicaram e daram fama a Canes.


Texto colaborativo criado na Oficina de Escrita Criativa por

Debóra Teles Fontes
Gildeci Carvalho
Albertina Murta
Josicleude Nogueira
Tâmara Costa Evangelista
Júlia Silva Lacerda
Gisele da Silva Santos
Pérola Santos Piedade
Marystela Cruz Ramos

                

Salve a Caravana Canto das Letras




Canavieiras,
Num dia lindo
Manhã, Praça da Bandeira
Burburinhos...
Salve a Caravana Canto das Letras!
No banco da praça embrulhado em celofane, "ele", o livro embalado para presente,
Na labuta e na rotina do dia a dia
Homens
Mulheres
Anônimos passantes e 
Professores na dinâmica
com seus jovens alunos em exercícios.
Salve a Caravana Canto das Letras!
E eu, simples observadora
na Secretaria de Cultura, num lugar previlegiado, vizualizo emoções sentimentos controversos do dar
sentimentos de receber sem razão
mas o lindo propósito de sem identificar
três artistas, imbuídos na itinerância de transformação da obra viva e pulsante do Livro Galopante.
Salve a Caravana Canto das Letras!
sejam bem-vindos a Canavieiras

Ely Carvalho,
19 de agosto de 2013



Oficina de Contação de histórias em Canavieiras






A oficina de escrita criativa em Canavieiras














Chegamos em Canavieiras e soltamos os livros galopantes